A sensação que se tem quando se entra ao Centro de Alimentação e Nutrição Municipal "Dª Helena Quitilhano", de Lençóis Paulista, ou "Cozinha Piloto", é de que o trabalho intenso está sempre junto de um sorriso em todos que atuam no setor ligado à Secretaria de Educação.

O primeiro a chegar é o motorista que faz o transporte das cozinheiras, que começam a trabalhar às 2 horas da madrugada para atender 19 creches, 22 escolas municipais e sete estaduais, dentre elas a ETEC.

Em 2024, foram atendidos cerca de 12,5 mil alunos por dia, com média de 32 mil refeições, entre creches e escolas de período integral e parcial, e entregues cerca de 13 mil pães. As entregas nas unidades são feitas diariamente, quando já preparadas, e mensalmente, para preparação nas unidades que possuem estrutura para produção das merendas.

São cerca de 17 toneladas de carnes, 12 toneladas de verduras, frutas e legumes, sem contar os alimentos não perecíveis, como arroz, feijão e outros, que são cerca de 20 toneladas.

Segundo Márcio Antônio Diniz, Chefe de Seção da Alimentação Escolar, no setor há 21 anos, a equipe conta com 45 pessoas, comprometidas em produzir alimento de alta qualidade, não ter perdas e agradar ao paladar dos alunos. "Trabalhamos muito todos os dias, focados em atender as crianças com todo carinho. Talvez, por isso, nossa merenda seja reconhecida como uma das melhores da região".

Márcio reconhece que é desafiador atender a todas as exigências impostas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), quanto à redução do uso de produtos processados e ultraprocessados - que, em 2026, não poderão ultrapassar 10% o limite de compra de produtos para uso na merenda escolar - e aquisição de 30% de gêneros alimentícios oriundos da agricultura familiar.

A nutricionista e responsável técnica do município, Graciane Ulian, confirma que são muitos desafios para atender diversas normas, regras e leis que regem a produção e distribuição da merenda escolar, e que são determinadas e fiscalizadas por diversos órgãos, inclusive o Conselho de Alimentação Escolar do município.

São regras quanto a percentuais de gêneros alimentícios, que podem ser usados de acordo com a idade e tempo de permanência do aluno na escola, insumos, quantidades calóricas e de nutrientes, entre outros. O cardápio é revisto mensalmente. "São muitos detalhes e ainda respeitamos o gosto dos alunos".

Há ainda a preocupação com os cerca de 120 alunos que possuem restrições alimentares e que exigem o fornecimento de alimentos de alto custo.

Graciane está há cinco anos na função e conta que, diante de todos os desafios, sua preocupação com a qualidade do que é servido é equivalente à satisfação com o trabalho diário. "Vir de Bauru todos os dias para cá é vestir a camisa. É bom quando o planejamento é executado desde o recebimento dos alimentos, as cozinheiras atuando, a comida saindo e as crianças gostando do que fazemos. É gratificante ver que os alunos aderem à alimentação e, principalmente, aqueles que têm apenas essa alimentação, receberem o melhor que podemos fazer", disse.